Supondo que seu aluno tenha escrito o texto abaixo, qual erro você assinalaria na correção? Em qual fase da correção fracionada você enquadraria o erro? Qual a dica ou informação você daria ao seu aluno?
Boa noite. Professor Borges, não sei se minha visão está correta. Enquadraria na fase de comentários gramaticais, pois a forma gráfica correta é " momento de ele" e na fase de comentários de conteúdo, já que o pronome "dele" gera ambiguidade.
O sujeito preposicionado é um erro, podendo provocar problemas de interpretação na leitura de um texto. Era o momento dele... (O leitor conclui uma ideia mental já nesta fase da leitura (Era o momento dele.). Ao continuar: "Era o momento dele... deixar o cargo público.", o leitor percebe uma mudança em sua interpretação da ideia do texto. Então: Era o momento de ele deixar o serviço público.
A dubiedade ocorre quando o leitor confunde (dele - pronome possessivo - o momento que pertence a ele) com a fusão imprópria "de + ele" (pronome pessoal) e, no caso, sujeito da oração. Vetamos, neste caso, a contração da preposição com o pronome pois o "de" não se refere a "ele" (já que não é o momento dele), mas se refere ao infinitivo do verbo chegar (hora de deixar), cujo sujeito é ele.
Assim, um sujeito não deve vir preposicionado (contração imprópria) com o pronome-sujeito ou com artigo que anteceda o sujeito:
É hora de ele chegar, Apesar de o rapaz ser feliz...
Mas...
“ Por causa dum jornal me rejeitar há dias...”
E salve a Língua Portuguesa e suas deliciosas licenças poéticas. Uma vênia ao lirismo!
Acredito que o uso da preposição + sujeito (de + ele)"dele" na construção acima tornou a frase ambígua. Acho que sinalizaria o erro em "correção gramatical" .
Boa tarde! Para mim há dois problemas na frase acima: um gramatical (já comentado anteriormente) e outro de coerência que prejudicou a interpretação das ideias, ao usar o pronome pessoal "ele" (de +ele) para se referir a Estado (o Estado deixar o cargo público). Neste caso, houve um erro gramatical e outro de conteúdo.
A ambiguidade ou anfibologia ocorre, em linguística, quando uma sentença (ou mesmo parte dela) resulta dois ou mais entendimentos possíveis para uma mesma mensagem.
O que ocorre é uma bifurcação na ideia do leitor, o que pode ser um recurso do escritor ou um erro.
Observe:
O rapaz conduziu a garota até “sua” casa.
À casa do rapaz ou da garota?
O leitor pode perceber a ambiguidade ou não.
O erro ocorre quando o autor não permite ao receptor da mensagem identificar a ambiguidade “e” perceber o fato em sua linha reta (um único significado) ou, propositalmente, em várias linhas de entendimento – o plurissentido.
A ambiguidade, portanto, pode representar um erro ou um recurso estilístico, como no caso:
"A primeira namorada, tão alta
Que o beijo não a alcançava,
O pescoço não a alcançava,
Nem mesmo a voz a alcançava.
Eram quilômetros de silêncio.
Luzia na janela do sobrado."
Luzia, a mulher (com o verbo "estava" elíptico)? Ou luzia, pretérito imperfeito do verbo luzir, brilhar; escrito em letra maiúscula por iniciar o período?
Ave Drummond!
A ambiguidade pode ser sintática ou lexical
Ambiguidade sintática: acontece quando são feitas várias interpretações de uma única oração. Isso ocorre porque ela também é ligada à sintaxe.
Exemplo:
Soube do emprego novo de Janaína no restaurante.
A frase pode ter dois significados. Um é o de que Janaína conseguiu um novo emprego em um restaurante. A outra é que o sujeito soube do novo emprego de Janaína enquanto estava no restaurante.
Ambiguidade lexical: nesse caso, a ambiguidade está em uma palavra que possui vários sentidos. Dentro da frase podemos encontrar uma palavra que tenha mais de um significado.
Exemplo:
Ficamos sem rede ontem pela tarde.
A palavra “rede” pode significar a rede de internet, rede elétrica, rede de computadores ou uma rede de deitar.
Em relação à questão proposta, houve um “ERRO DE AMBIGUIDADE”.
- Palavras e frases de duplo sentido encontradas no texto
A ambiguidade faz parte das Figuras de linguagem, e também é conhecida como anfibologia. Derivada do termo latino “ambiguitas”, que significa “equívoco”, “incerteza”, ela é considerada um vício de linguagem, ainda mais quando dita sem a intenção de dizer.
Figuras de palavras: essas dizem respeito ao significado das palavras;
- Figuras de pensamento: constitui-se da combinação de ideias;
- Figuras de sintaxe: representam a estrutura sintática da linguagem;
- Figuras de som: são referentes ao som que as palavras emitem.
Boa noite. Professor Borges, não sei se minha visão está correta. Enquadraria na fase de comentários gramaticais, pois a forma gráfica correta é " momento de ele" e na fase de comentários de conteúdo, já que o pronome "dele" gera ambiguidade.
O sujeito preposicionado é um erro, podendo provocar problemas de interpretação na leitura de um texto. Era o momento dele... (O leitor conclui uma ideia mental já nesta fase da leitura (Era o momento dele.). Ao continuar: "Era o momento dele... deixar o cargo público.", o leitor percebe uma mudança em sua interpretação da ideia do texto. Então: Era o momento de ele deixar o serviço público.
A dubiedade ocorre quando o leitor confunde (dele - pronome possessivo - o momento que pertence a ele) com a fusão imprópria "de + ele" (pronome pessoal) e, no caso, sujeito da oração. Vetamos, neste caso, a contração da preposição com o pronome pois o "de" não se refere a "ele" (já que não é o momento dele), mas se refere ao infinitivo do verbo chegar (hora de deixar), cujo sujeito é ele.
Assim, um sujeito não deve vir preposicionado (contração imprópria) com o pronome-sujeito ou com artigo que anteceda o sujeito:
É hora de ele chegar, Apesar de o rapaz ser feliz...
Mas...
“ Por causa dum jornal me rejeitar há dias...”
E salve a Língua Portuguesa e suas deliciosas licenças poéticas. Uma vênia ao lirismo!
Acredito que o uso da preposição + sujeito (de + ele)"dele" na construção acima tornou a frase ambígua. Acho que sinalizaria o erro em "correção gramatical" .
Boa tarde! Para mim há dois problemas na frase acima: um gramatical (já comentado anteriormente) e outro de coerência que prejudicou a interpretação das ideias, ao usar o pronome pessoal "ele" (de +ele) para se referir a Estado (o Estado deixar o cargo público). Neste caso, houve um erro gramatical e outro de conteúdo.
A ambiguidade ou anfibologia ocorre, em linguística, quando uma sentença (ou mesmo parte dela) resulta dois ou mais entendimentos possíveis para uma mesma mensagem.
O que ocorre é uma bifurcação na ideia do leitor, o que pode ser um recurso do escritor ou um erro.
Observe:
O rapaz conduziu a garota até “sua” casa.
À casa do rapaz ou da garota?
O leitor pode perceber a ambiguidade ou não.
O erro ocorre quando o autor não permite ao receptor da mensagem identificar a ambiguidade “e” perceber o fato em sua linha reta (um único significado) ou, propositalmente, em várias linhas de entendimento – o plurissentido.
A ambiguidade, portanto, pode representar um erro ou um recurso estilístico, como no caso:
"A primeira namorada, tão alta
Que o beijo não a alcançava,
O pescoço não a alcançava,
Nem mesmo a voz a alcançava.
Eram quilômetros de silêncio.
Luzia na janela do sobrado."
Luzia, a mulher (com o verbo "estava" elíptico)? Ou luzia, pretérito imperfeito do verbo luzir, brilhar; escrito em letra maiúscula por iniciar o período?
Ave Drummond!
A ambiguidade pode ser sintática ou lexical
Ambiguidade sintática: acontece quando são feitas várias interpretações de uma única oração. Isso ocorre porque ela também é ligada à sintaxe.
Exemplo:
Soube do emprego novo de Janaína no restaurante.
A frase pode ter dois significados. Um é o de que Janaína conseguiu um novo emprego em um restaurante. A outra é que o sujeito soube do novo emprego de Janaína enquanto estava no restaurante.
Ambiguidade lexical: nesse caso, a ambiguidade está em uma palavra que possui vários sentidos. Dentro da frase podemos encontrar uma palavra que tenha mais de um significado.
Exemplo:
Ficamos sem rede ontem pela tarde.
A palavra “rede” pode significar a rede de internet, rede elétrica, rede de computadores ou uma rede de deitar.
Em relação à questão proposta, houve um “ERRO DE AMBIGUIDADE”.
Olá, professor! Fiquei meio confusa com o comentário. No caso, minha observação está correta ou não? No caso, a ambiguidade seria apenada no conteúdo?
- Palavras e frases de duplo sentido encontradas no texto
A ambiguidade faz parte das Figuras de linguagem, e também é conhecida como anfibologia. Derivada do termo latino “ambiguitas”, que significa “equívoco”, “incerteza”, ela é considerada um vício de linguagem, ainda mais quando dita sem a intenção de dizer.
Figuras de palavras: essas dizem respeito ao significado das palavras;
- Figuras de pensamento: constitui-se da combinação de ideias;
- Figuras de sintaxe: representam a estrutura sintática da linguagem;
- Figuras de som: são referentes ao som que as palavras emitem.